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O COLÉGIO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS | 1907 - 2015

Dom João Batista Corrêa Nery, bispo de Pouso Alegre, no Sul de Minas, em visita a pastoral da cidade de Carmo do Rio Claro, esteve com Dona Maria Goulart de Andrade, que lhe manifestou o desejo de realizar uma obra em sua cidade natal em favor da educação das crianças e da juventude. Aí cultivou-se a semente que germinou com a criação do Colégio Sagrado Coração de Jesus.

 

Dona Maria Goulart pediu que procurasse Irmãs francesas educadoras. Dom Nery falou com Dom Tonti, Núncio Apostólico no Brasil. Este, por sua vez escreveu para sua irmã religiosa, em Chambery, que conhecia Irmã Maria Raphael Combe, religiosa da Congregação das Irmãs da Providência de Gap. A situação na França estava muito difícil devido às leis do país que obrigavam a laicização das escolas. As Irmãs da Providência de Gap deveriam sair para América Latina. Através desse relacionamento houve o entendimento e o processo da vinda das Irmãs se firmou. Embarcaram em Bordeaux em 10 de junho de 1904 no Le Manjellan.

 

Chegaram ao Brasil - Carmo do Rio Claro - em 1904, onde Irmã Raphael Combe (foto) , Irmã Ferdinand Benquet, Irmã Marical Rachet, Irmã Eugénie Courtiés, Irmã Valérie Viguerie e Irmã Isabelle Cadays instalaram as primeiras obras.

 

Em 1907, as religiosas da Providência receberam duas solicitações para novas obras: Campinas e Itajubá. Em razão da distância de Carmo do Rio Claro, entre outros motivos, as superioras da França vetaram a projetada obra de Campinas. Dessa forma, a escolha recaiu sobre Itajubá. Além de ser uma cidade de destaque no Sul de Minas, Itajubá tinha também uma tradição escolar bastante ampla.

Chegaram a Itajubá, no dia 21 de junho de 1907: Irmã Raphael Combes, Irmã Du Sauveur Bacque, Irmã Maurice Larrieu, Irmã Zacharie Poirier e Irmã Marcial Rachet.

Foram recebidas na estação da estrada de ferro pelo vigário padre Marçal Ribeiro e pelo povo. Houve cordial recepção na casa paroquial onde elas ficaram hospedadas até a véspera da abertura das aulas.

A abertura do Colégio se deu numa segunda-feira, primeiro de julho de 1907. As aulas começaram com 41 alunas: turma das pequenas, com Irmã Du Sauveur. Turma das maiores com Irmã Mauricie. Desde o início, havia regime de internato e externato. As alunas foram se multiplicando. Há pedidos de aulas particulares de música, bordado, desenho, pintura e línguas, como também solicitação para abrir um internato.

O Colégio funcionava em um prédio provisório existente na esquina da Rua Cel. Rennó com a Rua Santos Pereira.

Em dezembro de 1909, surgiu o projeto de transformação do colégio em Escola Normal. Em 1912, foram feitas reuniões com autoridades locais, sob presidência de Dr. Wenceslau Braz, então vice-presidente da República em que se nomeou uma comissão para a compra do terreno e construção do prédio onde funcionaria a Escola Normal e o Instituo de Surdas-Mudas. Em 24 de fevereiro de 1912, efetuou-se a compra do terreno, junto à capela Nossa Senhora dos Remédios. O prédio construído é o mesmo existente à rua José Joaquim, 36.

 

Nesse mesmo ano, fixou-se, em Itajubá, Irmã Maria Raphael, assumindo a direção em substituição a Irmã Maria Ferdinand Benquet (foto), primeira diretora. Em 15 de março de 1912, fundou-se o Instituto de Surdas-Mudas que funcionava em Carmo do Rio Claro, sendo transferido para Itajubá. O Instituto teve pouca duração devido a falta de apoio das autoridades e de professores especializados. Irmã Raphael usava o método oral, aprovado pelo congresso de Milão.

O Colégio Sagrado Coração de Jesus continuava prosperando em número de alunas e cursos novos.

Atendendo a um desejo expresso das lideranças políticas de Itajubá, as religiosas da Providência dispuseram-se a abrir a Escola Normal, destinada à formação de professoras primárias.

Nos dias 24 e 25 de setembro desse ano de 1912, foi feita a inspeção do Colégio. O governo do Estado de Minas Gerais equiparou o Colégio das Irmãs às escolas normais oficiais do Estado, em oficio assinado por Júlio Bueno Brandão e Delfim Moreira da Costa Ribeiro, em 22 de outubro de 1912. O Colégio passou a chamar-se Escola Normal Sagrado Coração de Jesus. Em 25 de novembro do mesmo ano, as primeiras normalistas receberam os seus diplomas: Conceição Pinto e Anna Clara Fabrício.

Em razão da escassez de Irmãs, não havendo mais contribuição significativa da França, as religiosas decidiram servir-se da colaboração de professores leigos. São eles: Dr. Salomon - Português, Pedro Guimarães - História Geral, do Brasil, Geografia e Coreografia; Dona Argentina - Costura e trabalhos e Dona Conceição Pinto - Música. Ressalta-se que desde o início as Irmãs da Providência contaram com os leigos e leigas para o trabalho comum.

A Capela Nossa Senhora dos Remédios do Colégio Sagrado Coração de Jesus foi construída no século XX. Sob direção de Irmã Maximim, em 15 de julho de 1915 houve o lançamento da pedra fundamental. Inauguração, 19 de novembro de 1916. 

 

Irmã Maria Radegunda assumiu a direção em 1917. 

Em 1923 passou a funcionar junto ao Colégio a Escola "Padre Moye", gratuita, com 50 alunas.

De 1926 a 1931 foi diretora Irmã Marcial Rachet.

De 1932 a 1946, o Colégio foi dirigido por Irmã Maria Catharina de Senna. Durante esse período, em 1932, criou-se o jornal escolar "A Verdade" e surgiu o movimento para a autorização de um curso ginasial feminino. Em 04 de abril do mesmo ano, as operárias das fábricas e as domésticas foram presenteadas com a criação de um curso noturno, gratuito.

 

As interpéries, tendo como conseqüência as grandes enchentes que assolaram nossa cidade em 1945, atingiram um dos pavilhões do Colégio, que logo foi reconstruído.

Em 1946, as instalações foram ampliadas, motivadas pelo crescente número de matrículas e a possível autorização do ginásio.

De 1947 a 1951, o Colégio foi dirigido por Irmã Maria São Paulo. Em 07 de fevereiro de 1947 foi aprovada a instalação do Curso Ginasial.

 

De 1952 a 1957 tivemos o primeiro período de Irmã Edith Brandão como diretora. Período de muitas transformações: crescimento considerável do número de alunas, construção do prédio São José, do galpão junto da capela e troca do forro dessa última. Em 1955 sob orientação de Irmã Estanislau, é criada a Academia Literária "Tristão de Athayde", com os pares de alunas do curso Normal, defendendo os patronos das cadeiras. Sua primeira presidente foi Eliana Lisboa Mafra.

Em 1958 Irmã Maria Josefina assumiu a direção, sendo sucedida no período de 1959 a 1962 por Irmã Maria de Pádua. Nesse período, criou-se o símbolo do Colégio - uma chama estilizada - para iluminar nossas dificuldades e decisões; queimar o egoísmo, o orgulho e as impurezas; aquecer os corações com a verdade, o sonho, a esperança. O símbolo foi idealizado em 1960 por Maria Honório da cunha para o convite de formatura de sua turma que foi a primeira a ser realizada no Cine Presidente, paraninfada pelo recém empossado Bispo de Pouso Alegre, Dom José D'Angelo Neto.

De 1963 a 1964 esteve na direção Irmã Maria das Neves. Em 1963 realizou-se nova reforma da capela, sendo trocados forro e piso - o piso mais antigo, em ladrilho preto, está no subsolo da capela. 1964 foi o último ano de funcionamento do internato, permanecendo apenas as alunas do 2º e do 3º Normal, até terminarem o curso.

 

Nos dois anos seguintes, 1965 e 1966, o Colégio foi dirigido por Irmã Maria Consolata Gorgulho. É deste tempo a criação do Grêmio Estudantil, o trabalho mais direto nos setores da Catequese, Liturgia e Planejamento Geral da Paróquia de Nossa Senhora da Soledade.

 

Irmã Maria Ofélia de Souza foi diretora em 1967, seguida por Irmã Maria Anunciata Bernardi que assumiu a direção em 1968. Avanços significativos foram feitos destacando-se dentre eles o projeto da criação da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Itajubá - FAFI. As aulas da faculdade aconteciam dentro do Colégio que teve parte de seu prédio e equipamentos cedidos pela Congregação das Irmãs da Providência de Gap.

Em 1969, Irmã Joelma Teixeira Camargo dirigiu o Colégio, seguida por Irmã Elza Ribeiro (Irmã Custódia) de 1970 a 1971 e por Irmã Edith Brandão, de 1972 a 1978. 

Durante a década de 70, cedeu-se parte do patrimônio para a construção da sede própria da FAFI, que foi transferida para seu novo prédio em 1978. A partir daí, o prédio central passou por uma grande e significativa reforma, mantendo sua planta original. Outro fato marcante da década: com a Lei das Diretrizes e Bases da Educação - Lei nº 5.692/71, o Colégio pleiteou outras opções de cursos que foram autorizados e reconhecidos nos dois anos seguintes: Técnico de Enfermagem (duração até 1991), Estudos Adicionais em Educação Física e em Pré-Escola, 2º grau sem habilitação profissional e Magistério de 1º Grau (1ª a 4ª séries).

Em 24 de outubro de 1975 nossa escola recebeu a atual denominação - "Colégio Sagrado Coração de Jesus". Em 1978, pela primeira vez uma leiga, Stella Rennó, assumia o cargo de supervisora.

Irmã Maria Regina Silveira assumiu a direção por um longo período - de 1979 a 1990. Foram 11 anos de muitos trabalhos e conquistas, consolidando o funcionamento dos novos cursos. 

A década de 80 foi marcada por consolidação de um ensino forte, por conquistas no âmbito esportivo e cultural, pelo respeito adquirido pela Fanfarra criada no final dos anos 70 por seu instrutor Michel Allan e pelos cursos de secretariado e Educação pré-primária (Especialização).

Em 1991 assumiu a direção, para seu primeiro mandato, Irmã Terezinha Maria Veroneze. Em sua administração, destacam-se várias reformas e construções como a construção da quadra coberta (1992) e do quiosque (1999) além da criação do coral Mensageiros da Alegria (criado em 1993, com primeira apresentação em 1994), a adoção de material didático do Sistema Etapa para o Ensino Médio em 1993, fim do curso Magistério em 1991, sua reativação em 1994 para novo encerramento em 1999, ano que foi criado o coral do Etapa.

Com o passar dos anos, a parceria do colégio com o Sistema Etapa foi gerando frutos com aprovação nos principais vestibulares do país. Assim, em 2002, já sob direção de Ir. Maria Margarida Mendonça de Azevedo (diretora de 2000 a 2004) optou-se por estender a parceria para o Ensino fundamental II (6º ao 9º anos).

Ainda em 2002 ocorreu uma reforma completa da Capela - o edifício corria risco de desabamento. Sua arquitetura foi conservada, criou-se a escada espiral interna para o coro, o galpão à esquerda foi refeito e o galpão à direita foi construído. Foi reinaugurada 11 de julho de 2003.

 

No início de 2004, Ir. Terezinha Maria Veroneze assumiu novamente a direção.

No final de 2009, a província das Irmãs da Providência de Gap, optou por modificar o organograma do Colégio, inserindo leigos na direção. No dia 14 de janeiro de 2010 houve posse interna a Rogério Rodrigues de Souza como diretor geral da instituição. Durante os anos de 2010 e 2011, buscou-se o melhor organograma para atender as reais necessidades do Colégio. Assim, em 2011, dividiu-se a direção nos setores administrativo (Ir. Terezinha e sua vice-diretora, Irmã Silvana da Silva) e pedagógico (Rogério e sua vice-diretora, Clarice Maria Vasconcelos Salomon).

Em 2010 iniciou-se a construção de rampa de acesso ao Ensino Médio e ao auditório do Colégio. A inauguração aconteceu em meados de 2011. Em setembro desse mesmo ano, inaugurou-se a passarela coberta que dá acesso a gruta Nossa Senhora de Lourdes.

Nesse período, buscou-se uma reformulação nos lançamentos de notas dos alunos, passando-se a fazê-lo em planilhas eletrônicas; foi instituída a sala de estudos para o Ensino Fundamental II - local de suporte para a realização de tarefas e estudos para as avaliações. Foi ainda, instituído um sistema de monitoramento através de câmeras, visando oferecer maior segurança a alunos e funcionários.

No ano de 2012, o Colégio Sagrado Coração de Jesus, estendeu sua parceria com o Sistema Etapa ao Ensino Fundamental I (1º ao 5º anos) e ao último nível da Educação Infantil. Ainda nesse ano, firmou-se parceria com o Etapa Link, com curso preparatório para o Enem, feito através de vídeo aulas, ministradas pelos professores do Etapa de São Paulo.

No aniversário dos seus 106 anos, em 1º de julho de 2013, Clarice Maria Vasconcelos Salomon assumiu o cargo de Diretora Pedagógica.

 

" Visão sem ação não passa de um sonho

Ação sem visão é só um pesadelo

Visão com ação pode mudar o mundo "

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